Fraturas da Extremidade Distal do Rádio
A fratura da extremidade distal do rádio é assunto muito estudado e debatido na traumatologia ortopédica. Talvez nenhuma fratura do sistema musculoesquelético tenha sofrido mudança tão radical do paradigma de manejo, motivada pelo aumento da sobrevida da população e da evolução dos métodos de fixação interna de fraturas. O tratamento evoluiu nas últimas duas décadas, nos quais os métodos de fixação interna das fraturas foram postos à prova, e, inclusive para as fraturas da extremidade distal do rádio.A fratura da extremidade distal do rádio é freqüente nos pacientes adultos, após a quarta década da vida, perfazendo cerca de 10 a 20% de todas fraturas atendidas na emergência.A freqüência destas fraturas é bimodal e envolve pacientes jovens, que se apresentam com lesões decorrentes de traumas de alta energia (acidentes de trânsito, acidentes de trabalho) e/ou resultado de atividades desportivas ou recreacionais. No outro polo, caracterizam-se as fraturas decorrentes da fragilidade óssea. Essas fraturas têm como fator contribuinte a osteoporose e caracteristicamente são produto de trauma de baixa energia, mais freqüentes em idosos do sexo feminino.
Tratamento:
Muitas destas fraturas são estáveis e assim podem ser tratadas conservadoramente com redução incruenta e imobilização gessada. Entretanto, devemos nos atentar para fatores como: idade avançada e fragilidade óssea, traumas de alta energia, incongruência articular, lesões associadas e grandes desvios são fatores que nos servem de alerta quanto a possibilidade de instabilidade e impossibilidade de manutenção da redução da fratura.
O manejo conservador de fraturas que apresentam personalidade instável, e, que freqüentemente necessitam de manobras de redução agressivas e a manutenção de imobilização em posição de Cotton-Loder (Flexão acentuada e desvio ulnar do punho) é contra-indicado, pois podem resultar em rigidez, distrofia simpático reflexa, síndrome compartimental e potencial risco de compressão do nervo mediano, eventos totalmente injustificados atualmente.
Nos últimos anos, temos assistido a um grande avanço nos estudos de novas técnicas de fixação externa e interna. Os novos conceitos de fixação percutânea, o refinamento da aplicação dos fixadores externo, e de placas para fixação interna têm proporcionado uma melhora considerável em nosso arsenal terapêutico, particularmente para as fraturas instáveis do rádio distal.
LEIA MAIS: – Treatment of reducible unstable fractures of the distal radius: randomized clinical study comparing the locked volar plate and external fixator methods: study protocol. Raduan Neto J, de Moraes VY, Gomes Dos Santos JB, Faloppa F, Belloti JC. BMC Musculoskelet Disord. 2014 Mar 5;15:65. doi: 10.1186/1471-2474-15-65. – The IDEAL classification system: a new method for classifying fractures of the distal extremity of the radius – description and reproducibility. Belloti JC, dos Santos JB, de Moraes VY, Wink FV, Tamaoki MJ, Faloppa F. Sao Paulo Med J. 2013;131(4):252-6. doi: 10.1590/1516-3180.2013.1314496. – Treatment of reducible unstable fractures of the distal radius in adults: a randomised controlled trial of De Palma percutaneous pinning versus bridging external fixation. Belloti JC, Tamaoki MJ, Atallah AN, Albertoni WM, dos Santos JB, Faloppa F. BMC Musculoskelet Disord. 2010 Jun 29;11:137. doi: 10.1186/1471-2474-11-137. – Does an ulnar styloid fracture interfere with the results of a distal radius fracture? Belloti JC, Moraes VY, Albers MB, Faloppa F, Dos Santos JB. J Orthop Sci. 2010 Mar;15(2):216-22. doi: 10.1007/s00776-009-1443-7. Epub 2010 Apr 1 – Fractures of the distal radius (Colles\\\’ fracture). Belloti JC, Santos JB, Atallah AN, Albertoni WM, Faloppa F. Sao Paulo Med J. 2007 May 3;125(3):132-8. – Are distal radius fracture classifications reproducible? Intra and interobserver agreement. Belloti JC, Tamaoki MJ, Franciozi CE, Santos JB, Balbachevsky D, Chap Chap E, Albertoni WM, Faloppa F. Sao Paulo Med J. 2008 May 1;126(3):180-5.